A dermatite atópica (DA) é uma doença de pele, crônica, inflamatória, que afeta pacientes cujas idades vão de neonatos até idade adulta. O início se dá sempre nos primeiros 5 anos de vida aproximadamente 10% a 15% das crianças são afetadas. A doença é notória pela sua tendência recalcitrante e recorrência crônica.
A patogênese da dermatite atópica ainda não esta totalmente esclarecida porém evidências sugerem que estão envolvidos mecanismos de resposta celular e humoral. As células de Langerhans podem iniciar tanto a resposta humoral com a síntese de imunoglobulina IgE, como aquela celular com a formação do linfócito "T helper" aumentando a liberação de itoquinas (especialmente IL-5) e também o aumento de eosinófilos que é crítico para a formação do ecsema.
As medidas terapêuticas efetivas são limitadas em número, e todas tem efeitos colaterais que impedem a terapia por longo tempo. Frustrados por essas realidades, a maioria dos pacientes para de procurar ajuda médica; muitos se voltam para medidas alternativas. Os pediatras, também frutados pelas opções terapêuticas insatisfatórias, freqüentemente conteporizam aconselhando que a criança crescerá e melhorará, embora estudos tem sugerido persistência de DA em 60% dos adultos que tiveram a doença quando crianças.
Tratamento
Cuidados com a hidratação são essenciais no manejo do paciente com dermatite atópica. A situação ideal consiste em usar o hidratante logo após o banho pelo motivos citados a seguir:
- limpa a pele, reduzindo a carga bacteriana - limpa e aumenta o estrato córneo - aumenta de 5 a 10 vezes a penetração de corticosteróides tópicos na epiderme - requerem uso adequado de emolientes, idealmente o petrolato e loções cremosas - necessitam aplicação de emolientes e medicações dentro de 3 minutos após o banho para reter a hidratação (regra dos 3 minutos)
Os corticóides sistêmicos, embora ativos devem ser evitados devido ao risco de osteopenia, catarata, hipertensão, entre outros. O corticóide tópico é necessário principalmente na atividade do eczema atópico e devem ser seguidas as seguintes determinações:
- esteróides são a única medicação tópica efetiva - a maioria das dermatites atópicas requer uso de esteróides de média potência - fatores críticos são: potência adequada, freqüência e hidratação; veículo ideal; quantidade prescrita adequada, sem excesso - o objetivo a ser atingido para tratamento prolongados e da através do uso de esteróides duas vezes por semana.
Algumas outras medicações serão citadas respeitando tanto as indicações com potencial de efeitos colaterais
1. Fototerapia: luz ultra-violeta: age como antiinflamatório e imunossupressor sendo interessante como tratamento adjuvante na dermatite atópica
2. Agentes imunomoduladores
2a. Ciclosporina: macrolídeo imunossupressor que altera a transcrição do gen da citoquina inibindo a ativação das células T. Doses de 0,5 a 5 mg/kg podem ser usadas nas crises, porém a nefrotoxicidade e hipertensão são efeitos indesejáveis e limitantes para seu uso.
2b. Tracolimus (FK 506) Prograf: droga imunossupressor de uso tópico que age inibindo a ativação de células T. É droga potente, que deve ser usada 2x/dia, por períodos prolongados, sendo muito segura e podendo levar a irritação local. Não há acompanhamento a longo prazo.
2c. Ascominina: Agente imunossupressor macrolídeo derivado (SDZ ASM 981) que age como inibidor da liberação das citoquinas suprimindo a proliferação das células T. Usado 2x/dia, na concentração de 5%, em creme, sem efeitos colateriais significativos. Mais estudos são necessários para confirmação dos resultados.
Outras drogas imunossupressoras como: azatioprina, interferon-gama, imunoglobulina intravenosa e ácido micofenólico também são utilizados para tratamento de eczema atópico porem, todos tem seu prós e contras que devem ser analisados em cada caso específico.
|