Fonte: Livro - Beleleza levada a sério
O uso de toxina botulínica para o tratamento de rugas tornou-se muito popular nos últimos anos. Por isso é importante conhecer o embasamento científico, ou seja, a técnica empregada e os cuidados que devem acompanhar esse procedimento médico. A toxina botulínica é produzida pela bactéria Clostridium botulinum e provoca relaxamento muscular por meio da inibição de uma substância química chamada acetilcolina na junção entre o nervo e o músculo (placa neuromuscular). Ela vem sendo usada, desde os anos 80, para tratamento de doenças neurológicas e oftalmológicas em que ocorre contração incontrolada ou exagerada da musculatura (tiques, paralisia cerebral, espasmos, etc.). A utilização da toxina botulínica em cosmética iniciou-se na década de 90, promovendo a melhoria das rugas de expressão por meio de relaxamento de músculos específicos. Poder-se-ia questionar a toxicidade do procedimento, uma vez que se utiliza a injeção de uma toxina, entretanto trata-se de um procedimento seguro, pois a dose necessária para causar efeitos tóxicos precisa ser mil vezes maior do que a usada habitualmente num procedimento cosmético. A ação da toxina é localizada, provocando paralisia muscular que permanece de 2 a 6 meses. Após esse período o músculo é capaz de formar novas placas (neurogênese), voltando à sua contração normal. A ação da toxina botulínica inicia-se após 48 horas do procedimento, atingindo o resultado máximo em até 15 dias. O músculo reage com relaxamento, sem mudança na sensibilidade cutânea. Na área cosmética é indicada para o tratamento das rugas de expressão e deve ser evitada em locais onde a musculatura tem funções fisiológicas, como na área da boca. Indicações: 1. Ruga de severidade entre as sobrancelhas.
A aplicação da toxina botulínica deve ser realizada numa sala especial, com acomodação adequada para o especialista e paciente, contando com a assepsia do instrumental e das roupas. Além disso, o ambiente deve ser silencioso e próprio para a concentração que o procedimento exige. Portanto, sua aplicação em festas e reuniões com bebidas alcoólicas é totalmente condenada pela Vigilância Sanitária, Conselho Federal de Medicina e Sociedade Brasileira de Dermatologia. A diluição da substância é feita com soro fisiológico e varia conforme o produto comercial e a experiência do médico. Cerca de 30 minutos antes da aplicação, a região a ser tratada deve ser anestesiada com cremes à base de xilocaína. A injeção é feita nos pontos predeterminados, com seringa e agulha de insulina. Em seguida, a região deve ser limpa com anti-sépticos normais e o paciente orientado para não deitar nas 4 horas seguintes e nem fazer atividade física por 48 horas. O procedimento é ligeiramente doloroso e pode deixar pequenos hematomas que permanecem por 5 a 10 dias. As rugas de expressão podem desaparecer totalmente por cerca de 6 meses e, também, pode haver descondicionamento de certas regiões, como fronte e área entre sobrancelhas, pois o cérebro esquece esse tipo de contração. Com o uso continuado, cerca de 5% dos pacientes podem não responder mais à ação da toxina. Não é aconselhável repetir a aplicação antes de 2 meses. O músculo sempre voltará a contrair, não havendo seqüelas definitivas. A toxina é, portanto, segura e eficaz para o tratamento das rugas de expressão, desde que seja diluída e aplicada de forma correta. A aplicação da toxina botulínica deve obedecer ao bom senso e, sendo assim, idade precoce, quantidade exagerada e aplicações seguidas devem ser evitadas. A reaplicação pode ser feita a cada seis meses.
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