Acne: Entendendo  

 
 

Acne

 

A acne é dermatose crônica, comum em adolescentes, caracterizada por lesões inflamatórias, principalmente na face. O papel da genética ainda é incerto, mas a ocorrência severa em gêmeos idênticos é muito alta. O que se sabe é que a causa da acne é certamente multifatorial. É uma doença do folículo pilossebáceo em cuja fisiopatologia interferem vários fatores, como genético, hormonal, hiperprodução sebácea, hiperqueratinização folicular e aumento da colonização bacteriana pelo Propionibacterium acnes. Ela pode ser classificada genericamente em "acne primária" (vulgar) ou "secundária" (hormonal, cosmética, escoriada, solar). No primeiro caso, trata-se da acne de adolescentes e adultos jovens em que a predisposição genética, estimulada pelo início da produção hormonal, favorece o desenvolvimento das lesões clínicas. No caso da acne secundária, ocorre um processo mais específico, em que determinado elemento, como um corticosteróide ou sol, pode ser o fator causal.

A acne ocorre em todas as etnias, embora com menos intensidade em orientais e negros. Ela é mais grave no homem e dificilmente ocorre em crianças e idosos. Na adolescência essa dermatose chega a comprometer cerca de 80% dos jovens e na fase adulta a prevalência atinge a faixa de 10% de pessoas acometidas.

O diagnóstico é baseado, principalmente, no quadro clínico que se caracteriza pelo polimorfismo. Ocorrem comedões, pápulas, pústulas, nódulos e abscessos localizados na face, ombros e porção superior do tórax. De acordo com o número e tipo de lesões, definem-se as formas da erupção acneiforme.

A acne costuma ser classificada conforme a lesão predominante. A "acne comedoniana" acontece quando a maioria das lesões são comedões. O "nódulo" ou nódulo cístico" acontece quando há predominância de lesões nodulares, císticas e abscessos. Já a conglobata "apresenta" cistos severos e intensos.

Também muito comum, a acne da mulher adulta apresenta algumas características específicas, tais como: menor número de lesões, comedões fechados, localização na região do mento e surtos relacionados à pré- menstruação. Pode ser necessária a dosagem sérica dos andrógenos, como testosterona livre e total, bem como sulfato de dehidroepiandrosterona. Quando houver suspeita de ovário policístico, a dosagem hormonal, e o exame ultra–sonográfico ajudam o diagnóstico. Estabelecendo-se a causa do hiperandrogenismo, a cura pode ser clínica (ovário policístico) ou cirúrgica (tumores).

A acne é classificada como "não inflamatória" quando apresenta somente comedões, sem sinais inflamatórios; ou "inflamatória", que, conforme o número, intensidade e características das lesões, é classificada entre os graus 1 (leve) e 4 (intensa).

A extensão, a duração da inflamação na acne e também sua severidade são determinadas por variações individuais na resposta imune ao Propionibacterium acnes ou a qualquer de seus produtos metabólicos. Muitos casos melhoram espontaneamente, conforme o individuo termina a adolescência e entra na fase dos vinte anos.

O tratamento é baseado no conhecimento de fatores etiopatogênicos, como colonização pelo Propionibacterium acnes, hipersecreção sebácea, inflamação e oclusão do orifício folicular. Os objetivos incluem a melhora do quadro infeccioso e da aparência física, minimização de cicatrizes e prevenção dos efeitos psicológicos adversos.

Os tratamentos são variados e baseados na etiopatogenese da acne. O tratamento ideal está relacionado a resposta individual. A isotretinoína é o único tratamento que induz resultados permanentes, mas em muitos pacientes não é aceita devido aos muitos efeitos colaterais. Outros jeits de se tratar a acne necessitam de períodos prolongados para o controle dos sinais e sintomas.

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